Mecânica ofensiva do Limão encravou a Lokomotiva!
Imperou a lei do mais forte neste jogo da Taça, embora o resultado final não traduza as dificuldades que o jogo teve para o Limão durante grande parte!
Duelo interessante, em primeiro lugar por serem duas equipas com uma matriz de jogo sempre de maior expectativa do que iniciativa, embora ainda assim com diferenças acentuadas, nomeadamente o muito prologado jogo directo dos russos. Ainda assim para os citrinos o desafio era grande, na medida em que era favorito, mas está habituado a defrontar equipas com grande iniciativa ofensiva e responder-lhes de forma certeira – uma receita que dá frutos e lidera a Liga A.
Primeiros minutos entretidos mas sem ocasiões de golo significativas, até que de bola parada surgiu o inevitável Hugo Santos, primeiro com um livre directo ao lado da baliza contrária, depois a aparecer de cabeça num canto, cabeçada certeira mas um verdadeiro paradón de Fábio Mota evitou aquilo que parecia ser o primeiro golo da noite. Respondeu o Limão com um lance confuso na área contrária na sequência de uma suas melhores armas, o lançamento lateral longo e tenso, e depois Tomás Pipa num livre em boa posição a obrigar João Guedes a complicada defesa com os punhos. Estava para chegar o primeiro da noite, tudo começa numa reposição à mão rápida de Fábio Mota a lançar o contra-ataque (os grandes guarda-redes não fazem só defesas), Duarte Mónica conduziu e lançou Tomás Pipa, que já na área de rigor com o travar da corrida na área levou o defesa Luís Silva a inevitavelmente ter de o castigar em falta. Na cobrança, bola para um lado e guarda-redes para o outro, como mandam as regras, o capitão do Limão abria a contagem.
A resposta do Lokomotiv foi boa e veio na forma de empate, ainda antes do descanso: Excelente triangulação, com João Oliveira (estrangeiro) a servir Nuno Ramos na entrada da área, pontapé de primeira forte e colocado, um golo de bandeira do jovem médio mas já com muitos anos de Allstars nas pernas!
Tudo igual ao intervalo, íamos para a segunda parte, que começaria com o Limão a pressionar em busca de nova vantagem, Luís Correia lançou o mais recente reforço Ricardo Nunes em profundidade, boa mancha de Guedes a evitar o golo. O jogo de Ricardo foi de menos a mais, e na segunda parte estaria em quase todas as jogadas ofensivas do Limão. Pouco depois numa bola longa embrulhou-se na área com o guardião e um defesa, mas mesmo no chão e quase fora do campo, e por isso sem ângulo, tentou empurrar a bola para a baliza deserta, a mesma bateu na parte externa do poste. Em seguida, bom remate de ressaca de Vasco Torre do Valle, a levar perigo! Cheirava a golo, surgiu mesmo: Assistência precisa de Ribas do lado esquerdo, Ricardo a ganhar a frente do lance ao defesa (erro imperdoável) e a finalizar de forma inapelável.
Estava por cima o Limão, e iria capitalizar minutos depois: LLLT de Duarte Mónica, na ressaca ao segundo poste Tomás Pipa foi atrás da bola, ludibriou o adversário ao simular um cruzamento atrasado e partir para a linha de fundo, e desferiu um remate em arco ao poste mais distante, fora do alcance do guarda-redes. Bom golo! Respondeu o Lokomotiv, remate de ressaca de João, ligeiramente ao lado e com Fábio batido. O guardião iria assistir para o quarto golo, pontapé longo para Ricardo Nunes ganhar nas costas da defesa, ludibriar o guardião à saída deste e com tranquilidade, bisar também ele no jogo e colocar um ponto final.
Estava encontrado o vencedor, mas ainda faltavam mais dois golos, um para cada lado. VTV falhou tremenda ocasião, do outro lado a defesa do Limão facilitou e Felner da Costa aproveitou um lance de insistência e de ressalto para encostar para golo!
Pouco depois Fábio negou o golo a Hugo com uma bela defesa, do outro lado Moni em boa jogada individual fintou tudo e todos mas atirou ao lado, em cima da hora o golo final chegou após uma bola de Banana (de regresso ao Limão nesta noite) para a área, Guedes largou e Titão estava lá para não perdoar!
Ponto final, triunfo justo do Limão, a margem final é clara mas não espelha as dificuldades do jogo.
por Ricardo Solnado