Iraque trava Grimo e aproxima-se da manutenção
No primeiro jogo dos comandados de Zé Mendes após a saída do capitão Bonneville, o Grimo recebia o Iraque Unita no Inatel com o objetivo de prosseguir a impressionante sequência de vitórias que vinha a construir. Porém, o jogo foi sempre disputado - e parado em muitos momentos - pelo que o golaço solitário de Ricardo Rua chegou para garantir 3 pontos vitais para os visitantes.
Desde cedo se percebeu as estratégias de cada equipa para este duelo: de um lado, uma turma do Grimo motivada pelas exibições recentes, que valiam já 7 triunfos consecutivos, a procurar ter bola e pressionar alto desde a primeira fase de construção do seu adversário; do outro, uma formação do Iraque muito unida, em bloco baixo e coeso, sempre à procura do erro que permitisse uma transição venenosa. Nos primeiros minutos, os pupilos de Francisco Brito entraram fortes e dispuseram das melhores ocasiões. Primeiro foi João Pinto a aproveitar um corte incompleto para, à entrada da área, testar a atenção de Pignatelli! Bem o guardião do Grimo a afastar para canto! O aviso estava dado para o que viria a seguir: livre assinalado na direita do ataque do Iraque depois de mais um contra-ataque bem conseguido; chamado à conversão, Ricardo Rua tirou as medidas certas para, com a parte exterior do pé direito, aplicar um forte remate que só parou nas redes canarinhas! 0-1, e que golo do atacante! A turma de amarelo tardava em acertar nas últimas decisões, pelo que se seguiam largos minutos de controlo da posse dos da casa, aproximações perigosas à área adversária, mas poucas chances de golo em concreto – um status quo que se foi mantendo constante durante quase toda a partida. Perto do intervalo, porém, o perigo apareceu: triangulação perfeita entre Falcão, Bettencourt e Pereira, com o último a rematar à entrada da área para boa defesa de Carlos Gomes! A máquina ofensiva do Grimo parecia estar "oleada", e o golo não apareceu por milagre mesmo antes do intervalo: Bettencourt foi desmarcado nas costas da defesa e, num excelente movimento, sentou o keeper; procurou a finalização, mas viu a redondinha ser cortada in extremis! Na recarga, o esférico ficou à mercê de Remondes (estrangeiro) que disparou forte para intervenção de grau de dificuldade elevadíssimo de Carlos Gomes! Inacreditável como o Grimo não conseguira o empate neste lance! Pouco depois, chegava o intervalo com vantagem mínima para o Iraque.
No segundo tempo, foi preciso aguardar até vermos reais chances de perigo. O Iraque Unita montou uma teia defensiva praticamente impenetrável – como já é imagem desta equipa – e foi impedindo os constantes avanços do Grimo. Além do mais, no contragolpe, a turma de Brito mostrava capacidade de criar perigo, deixando os comandados de Zé Mendes muito desconfortáveis no jogo. Desta perspetiva, o primeiro lance na segunda parte surgiu em novo contra-ataque dos brancos: Rua conduziu até à linha de fundo na esquerda e centrou atrasado para o remate de José Pinto; mais uma vez, Pignatelli mostrou serviço e defendeu! Do outro lado, Carlos Gomes voltava a ser absolutamente essencial para manter a baliza a zeros: Pereira cobrou livre direto da zona central e o esférico viajou em direção ao ângulo superior direito, mas o guardião voou em grande estilo e defendeu para canto! Para os 15 minutos finais, o jogo tornou-se extremamente parado e pouco atrativo. A turma forasteira organizou-se num bloco muito baixo e abdicou do contragolpe, pelo que, nesta fase, tudo aquilo a que se assistia era um Grimo com muita vontade mas pouco engenho, batalhando para encontrar os caminhos do golo. Tal não se verificou e o Iraque Unita conseguiu mesmo arrancar os 3 pontos a ferros, dando um importante passo no caminho da manutenção.
Com este resultado, o Grimo vê a sua sequência de vitórias interrompida, mas continua a depender apenas de si mesmo para garantir a manutenção no escalão máximo. Por sua vez, o Iraque coloca-se numa posição semelhante e tem 3 autênticas finais para vencer caso queira evitar a despromoção.
por Tiago Sequeira