Valente saca os 3 pontos da cartola!
O Vitória de Asdrúbal deu seguimento ao seu excelente momento de forma ao bater o Jardim do Éder pela margem mínima, desta feita fruto de um golo de antologia de Afonso Valente ao cair do pano. Os encarnados somaram assim a 3ª vitória consecutiva após o regresso à competição e saltaram para a vice-liderança do campeonato!
Frente a frente duas equipas que apesar de separadas por apenas 1 ponto, com vantagem para o Jardim do Éder, chegavam a este jogo em momentos bem distintos. Se o Vitória de Asdrúbal só sabia ganhar desde o regresso aos relvados e por isso surgia altamente motivado, o Jardim do Éder vinha de duas derrotas consecutivas para o campeonato e procurava dar uma resposta à altura.
Foi mesmo a turma comandada por José Miranda a entrar melhor no encontro, conseguindo ter algum ascendente na posse de bola e mais aproximações à área adversária. Manuel Garcia foi o primeiro a desequilibrar a defensiva encarnada, depois de uma excelente jogada individual pela esquerda, que culminou na finalização ao poste mais distante, no entanto ligeiramente ao lado do alvo. Manu iria voltar a cheirar o golo instantes depois, desta feita na sequência de uma bola parada, na qual apareceu a desviar de cabeça e acertou na trave! Esteve à vista o primeiro!
O Jardim do Éder estava claramente mais perigoso neste primeiro tempo, com João Falcão pelo meio a voltar a criar perigo e a colocar David Rodrigues (estrangeiro) à prova, mas já diz o velho ditado que quem não marca arrisca-se a sofrer e foi mesmo o que aconteceu em cima do intervalo. O camisola 10 encarnado, Miguel Barros, conseguiu antecipar-se ao guarda-redes numa bola nas costas da defensiva contrária e, com grande inteligência, tocou ao lado em Henrique Dias, que só teve que atirar na direção da baliza deserta para fazer o golo que fazia a diferença no marcador ao fim dos primeiros 25 minutos.
O Vitória de Asdrúbal marcou na melhor altura e com isso ganhou algum ímpeto para a segunda-parte, na qual ficou pertíssimo de ampliar a vantagem logo a abrir. O capitão João Mendes lutou por uma bola na área canarinha e ganhou o duelo ao guarda-redes, com o esférico a sobrar para Pedro Oliveira, que tinha tudo para fazer golo mas acertou nas orelhas da bola e viu-a ser cortada por um defesa em cima da linha de golo. Que perdida!
Não marcou o Vitória, aproveitou o Jardim do Éder para empatar na resposta imediata, depois de uma jogada na esquerda em que Vasco Garcia assistiu João Falcão e este finalizou muito colocado, fazendo o esférico bater no poste antes de se aninhar no fundo das redes à guarda de David.
Com tudo a voltar à estaca zero, ambas as equipas procuravam agora a vitória e iam-se sucedendo lances de perigo de parte a parte. Do lado do Jardim, Manu, o agitador do costume, fletiu da esquerda para o centro e ensaiou o remate de meia-distância que obrigou David a defesa apertada junto ao relvado. Na resposta, após cruzamento atrasado de Pedro Oliveira, foi Miguel Barros quem ficou perto do golo com um disparo na passada, não fosse a excelente intervenção de Pepê a travar as intenções do médio encarnado.
Minutos depois a melhor ocasião da segunda-parte até ao momento surgiu a favor do Jardim do Éder, com Manu a deixar vários adversários pelo caminho num contra-ataque pelo corredor esquerdo e a cruzar para a chegada de Luís Picão, que conseguiu o desvio para a baliza mas não foi feliz e viu o esférico bater na barra da baliza do já batido David.
Contudo o momento da noite estava guardado para o final e teria lugar na metade oposta do campo: Afonso Valente ganhou a bola ligeiramente à frente da linha divisória, colado à lateral esquerda, fletiu para dentro com um túnel sensacional sobre um adversário e puxou da culatra atrás, disparando um míssil indefensável que entrou direitinho no ninho da coruja da baliza de Pepê, que ficou pregado ao relvado e foi espetador privilegiado da obra de arte do avançado! O apito final soava logo de seguida, com Valente a decidir a partida com um momento de génio no último suspiro e a dar os 3 pontos à sua equipa!
por Gonçalo Custódio