Abebados com raça vencem Getough em jogo escaldante
À entrada para a 6ª jornada do qualifying, a expectativa estava no ar: Getough e Abebados encontravam-se empatados nos lugares cimeiros, e tudo indicava que o duelo seria decidido nos detalhes. E foi exatamente isso que aconteceu — um confronto vibrante, cheio de emoção e reviravoltas até ao apito final.
O jogo começou com grande intensidade, mas poucas oportunidades claras. A exceção foi o inspirado Leonel Vaz, que com a sua velocidade e ousadia criou dois lances de perigo que obrigaram Rodrigo Oliveira (estrangeiro) a mostrar serviço, nomeadamente com uma defesa monumental a um verdadeiro míssil. Foi precisamente o guardião estrangeiro dos Getough que desbloqueou o marcador com um lance de génio. Numa reposição de bola longa, encontrou Gonçalo Rodrigues na ala esquerda. O extremo tirou um adversário do caminho e, sem cerimónias, fuzilou para o ângulo oposto num golo de levantar o estádio. Estava feito o golo (1-0)! Mas os Abebados não demoraram a reagir. João Borges, com classe, bateu um livre a partir do meio-campo. A bola caiu como uma luva nas costas da defesa e Pedro Almeida apareceu no momento certo para cabecear com categoria e restabelecer a igualdade (1-1).
Na segunda parte, os Abebados vieram com tudo. Leonel Vaz voltou a ameaçar pela direita e obrigou Bruno Netto a uma defesa apertada. Na recarga, um defesa-central evitou o golo com um corte sobre a linha. A pressão era crescente e a baliza parecia teimar em não ceder. O momento mais caótico do encontro surgiu minutos depois: uma sucessão de remates e recargas terminaram com Nuno Sousa, sozinho com a baliza escancarada, a acertar... no poste! Uma ocasião digna de um guião de filme. Mas os Getough responderam com igual perigo: canto do lado direito, cabeceamento fulminante e nova intervenção magistral de Bruno Netto, que segurava as esperanças da sua equipa. E não ficou por aí. Bernardo Carreiro, numa transição rapidíssima, surgiu isolado e tentou um vólei artístico, com a bola a passar a milímetros da trave. O jogo parecia encaminhado para o empate, mas eis que surgiu o momento decisivo. Rafael Altenfelder foi derrubado dentro da área e o árbitro não hesitou em apontar para a marca de grande penalidade. O próprio Rafael assumiu a responsabilidade e, com frieza, consumou a reviravolta (1-2). Ainda mal os Getough digeriam o golo sofrido e já estavam de novo em cima da baliza contrária — mais uma bola ao ferro que levantou o banco e os adeptos. Mas os Abebados estavam destinados a fechar o jogo com chave de ouro. Altenfelder, novamente envolvido, arrancou pela esquerda e serviu Rodrigo Pereira, que com serenidade e precisão selou o resultado final (1-3).
Um jogo de loucos, com emoção a rodos, em que os Abebados mostraram nervo, talento e coração para conquistar três pontos fundamentais na corrida à qualificação. Já os Getough, apesar da derrota, deixaram tudo em campo e mostraram que ainda têm muito para dar nesta competição.
por Duarte Almeida