Metz Lá Dentro levanta a orelhuda!
De volta às grandes finais, a formação francesa foi mais feliz que o Aston Billa e coroou uma exibição de pura resistência com mais um caneco no seu palmarés. Após 50 minutos de luta e com um prolongamento marcado pela resiliência, seria mesmo da marca de grandes penalidades que se ficaria a conhecer o novo vencedor da competição milionária – e, nesse momento, brilhou Nuno Guedes.
Tudo a postos para a primeira final da temporada entre duas turmas militantes do máximo escalão do torneio. Enfrentavam-se Metz e Aston Billa, com os franceses a estrear-se na final desta competição (haviam vencido a Taça Allstars em 23/24) e os ingleses a registar mais uma presença nas grandes decisões (depois de sairem derrotados na Champions 23/24 e Taça Allstars 24). Na antecâmera, previa-se um duelo de extremo equilíbrio com as casas de apostas a darem conta disso mesmo – um literal 50/50 nas votações para previsões de vencedor!
Rolava a redondinha no Inatel e eram os Billains que entravam melhor na partida. Mais posse e aproximação à área adversária, criando desconforto entre linhas e alvejando a baliza à guarda de Nuno Guedes. Porém, o primeiro aviso foi dado por Martim Carvalho: o capitão respondeu a um passe para a entrada da área e disparou sem cerimónias, com o esférico a sobrevoar a baliza de Rodrigo Arede! Depois de alguma tentativa e erro na procura pelas costas da defesa, o Billa inaugurou mesmo o marcador por intermédio do suspeito do costume: tudo começou com entendimento no flanco direito entre Henrique Pereira e João Sousa e o extremo a centrar atrasado para o interior da área; com a defesa arrastada pelo movimento de João Peres, apareceu Ricardo Lanita no sítio certo para atirar a contar para o fundo da baliza! 0-1! Continuava o Aston Billa por cima e, até ao intervalo, grande oportunidade para o segundo: trabalho notável de Luís Viegas a temporizar e a soltar para Eduardo Noronha que, encarando a baliza, disparou rasteiro a centímetros do poste mais distante! Que perigo! O intervalo chegava com nota mais para os ingleses mas apenas um golo a separar as duas equipas.
No segundo tempo, o jogo tornou-se mais combativo e o Metz rapidamente subiu o nível para procurar o empate. Acertava-se o entendimento entre linhas dos franceses e Gonçalo Costa dispôs de ocasião de ouro depois de se soltar da marcação e aparecer na cara de Arede; o ponta atirou rasteiro, mas o keeper respondeu com uma defesa por instinto e foi mais rápido a segurar o esférico de seguida para não permitir a recarga. Na resposta, a turma britânica ficou perto do segundo! Contra-ataque lançado por Sousa na direita que consegue tirar o cruzamento e encontra Guilherme Jardim na cara de Guedes; o médio goleador cabeceou mas viu a sua tentativa passar pouco por cima da barra, já com o guardião aparentemente batido! Que perdida! Pagaria caro a turma de azul e grená pois o que se seguia era mesmo o golo do empate: canto batido da esquerda na direção do segundo poste e Francisco Campos a subir ao segundo andar para cabecear como mandam os livros e a colocar junto ao poste mais distante! 1-1 e o central a marcar, uma vez mais, numa final! O empate acalmava as intenções do Metz e encaixava com a aversão ao risco dos Billa, pelo que o marcador não se transformaria até ao fim do tempo regulamentar.
Esgotados os 50 minutos, deu-se início ao prolongamento mas, como de costume, nenhuma das equipas arriscou. Jogaram-se 10 minutos de extrema cautela pois todos os protagonistas sabiam que o menor erro poderia revelar-se fatal. Após muitos duelos, sangue e suor, o juiz apitava para o fim do tempo extra e teríamos decisão da marca de grande penalidade!
Avançou, para o Metz, Miguel Campos que disparou forte… por cima da barra! Na sua vez, Afonso Gomes converteu para colocar os Billa na frente (0-1). Na segunda ronda, avançou Afonso Pires que, com tranquilidade, atirou colocado; do outro lado, o eleito foi Miguel Ladeiro que temporizou, mas esbarrou na trave! Tudo empatado (1-1). Na ronda derradeira, Martim Carvalho assumiu a cobrança e bateu Arede, deixando para Guedes a possibilidade de assegurar o caneco. O keeper, já especialista na matéria, venceu o duelo com Viegas e, com uma defesa segura, confirmou o título para a sua formação (2-1)!
Apito final com grande festa do Metz no Inatel e a adição de mais um caneco – o primeiro do seu tipo – ao museu francês! O Aston Billa cai de pé com uma belíssima prestação, depois de mais uma presença consecutiva em grandes finais que serve para confirmar a qualidade inegável desta equipa!
por Tiago Sequeira