Pontense vence duelo elétrico e trava ambições do Bodycoun
Num jogo de loucos, digno de tudo o que se espera da reta final da Liga D3, o AFC Bodycoun recebeu o Pontense com um objetivo claro: voltar a encurtar distâncias para os lugares de subida. Mas encontrou pela frente uma equipa letal no contra-ataque e um nome incontornável — Manuel Gonçalves.
A partida arrancou com intensidade máxima. O Pontense, mesmo fora de casa, não demorou a mostrar as garras. Cruzamento venenoso pela direita e Rodrigo Silva, solto ao segundo poste, disparou com estrondo… direto ao ferro. Era o primeiro sinal de que este jogo prometia. Apesar do ritmo alto, a primeira parte ficou marcada por grande disputa a meio-campo, muita entrega, mas poucas ocasiões claras. As oportunidades surgiam, mas os guarda-redes pareciam intocáveis. Era futebol de alta voltagem, mas com os “retângulos” — como se diz na gíria — a manterem-se virgens.
Na etapa complementar, o Bodycoun acelerou. João Gouveia protagonizou uma arrancada poderosa pela esquerda e testou os reflexos de André Lopes (estrangeiro), com um remate venenoso. A recarga foi travada pela defesa e resultou em canto. Na jogada seguinte, novo susto: remate de fora da área e mais um poste a salvar o Pontense. Mas como dita a velha máxima do futebol: quem não marca, sofre. E o castigo chegou. Jaime Bonito, num lance de garra e talento, recuperou a bola, rompeu pela grande área e, após um ressalto, atirou certeiro para o primeiro (0-1). Um golo que deixou a defesa do Bodycoun a olhar para os céus. O Pontense crescia e apostava no contra-ataque. Rodrigo Silva voltou a criar perigo com um remate forte que obrigou Tomás Gonçalves a defesa apertada. Na sequência, Miguel Caetano tentou a sorte de fora da área e... mais um remate ao ferro! Mesmo em desvantagem, o Bodycoun não se rendeu. Yuram Rodrigues acelerou pela direita, cruzou com precisão e Dário Sousa, cara a cara com o guarda-redes, não perdoou: tudo empatado! (1-1) Mas o herói da tarde vestia de branco: Manuel Gonçalves, num desempenho irrepreensível, apareceu para decidir. Primeiro, roubou a bola dentro da área e serviu o colega para o 1-2. Depois, protagonizou uma jogada de antologia: novo roubo, drible curto entre três adversários e remate rasteiro ao primeiro poste. Golaço. (1-3). O Bodycoun ainda teve tempo para sonhar. Já nos instantes finais, Mesut Valmy soltou um míssil de fora da área, direto ao ângulo, sem hipóteses para o guarda-redes. Um golaço de levantar o estádio, mas que apenas serviu para fechar o marcador (2-3).
O Pontense sai do reduto do Bodycoun com os três pontos e uma exibição de personalidade. Já o AFC, apesar do esforço e do talento demonstrado, vê as suas aspirações à subida ficarem mais complicadas.
por Duarte Almeida