Triunfo chegou depois do susto
Num jogo em que alinharam durante os 50 minutos com menos um elemento, os Matagringos nunca viraram a cara à luta e, mesmo depois de começarem a perder, conseguiram operar uma surpreendente reviravolta e ao intervalo colocar o resultado em 3x1 a seu favor. No entanto os ASP puxaram dos galões na segunda parte (o cansaço também se começou a sentir no conjunto liderado por António) e escalaram uma enorme montanha para voltar a dar a volta ao texto e somar 3 saborosos pontos!
Os Matagringos, ainda à procura de pontuar nesta Liga A, não tinham tarefa fácil à partida para o encontro: impedidos de utilizar estrangeiros por castigo de 1 jogo, apresentavam-se apenas com 7 jogadores e ainda sem guarda-redes de raíz, ficando a posição entregue a Guilherme Menino, isto perante um adversário recheado de talento e certamente um dos candidatos à subida. Ainda assim, nos primeiros minutos, o redes improvisado foi respondendo bem às investidas dos ASP, que ora por Jota ora por Esteves foram tentando de meia-distância quebrar a muralha defensiva dos Matagringos.
Os azuis iam jogando no meio-campo contrário, à procura de desgastar a bem organizada defesa do adversário, que ia conseguindo suster a pressão nesta fase e em certos períodos até descansar com bola. Seria no entanto a qualidade individual dos jogadores a fazer a diferença, Esteves e Nando com uma grande combinação na direita desequilibraram a defensiva contrária e o primeiro, já dentro da grande área, rematou colocado ao poste mais distante para o primeiro da noite!
Os comandados de António não se deixaram abalar e, mesmo parecendo que a sua estratégia poderia desmoronar, mostraram uma excelente capacidade de reação. Grande lance individual de Daniel Pinto pela direita a culminar num passe atrasado para Marvão, que fez o desvio certeiro para o fundo das redes e restabeleceu a igualdade! Pouco depois chegaria a surpresa, lançamento lateral rápido para Duarte Serra Cardoso, a apanhar a defesa azul em contrapé, com este a dar um nó cego num adversário e à segunda tentativa a bater Estevens, colocando a sua equipa na frente do marcador! Os Água Suja acusaram algum nervosismo e em cima do intervalo o impensável aconteceu: num lance que motivou enormes protestos por parte do conjunto azul, Daniel Pinto aproveitou uma bola solta a meio-campo para fazer um chapéu perfeito a Estevens e levar a sua equipa com uma surpreendente vantagem de dois golos para o descanso!
Os Água Suja voltaram para a segunda parte a ter que correr atrás do prejuízo e lançaram-se com tudo no ataque, não tardando em reduzir a desvantagem. Sebastião Castela arrancou em velocidade entre os defesas contrários e isolado perante Guilherme fez o 3x2 que relançava a partida! Sebastião ia sendo o mais inconformado do ataque azul nesta fase, por duas vezes alvejou a baliza de Guilherme mas a bola a passar a escassos centímetros do alvo.
Do lado contrário enorme ocasião para os Matagringos voltarem a ter maior conforto no resultado, Duarte trabalha muito bem na direita e dá atrasado para Marvão, que com a baliza aberta faz o mais difícil e atira por cima! Que perdida! Logo de seguida foi a vez de Bruno Garcia desperdiçar ao surgir isolado perante Estevens mas a não conseguir bater o guarda-redes.
E como diz o velho ditado: quem não marca arrisca-se a sofrer. E assim foi, Nando apareceu na cara de Guilherme e, com toda a calma do mundo, só teve que escolher o lado onde colocar a bola!
Os Matagringos abalaram um pouco com o empate, as pernas também já começavam a pesar e do outro lado estava uma equipa que não tirava agora o pé do acelerador. Bernardo Castela serviu o irmão Sebastião, que da esquerda disferiu um pontapé cruzado que só parou no fundo da baliza de Guilherme!
Os Matagringos não desistiram e ainda viram Estevens voar para travar um remate de Gregg que levava selo de golo mas, em cima do apito final, acabou por ser Nando a bisar no encontro e a sentenciar a partida!
Segunda vitória no campeonato para os Água Suja, que no entanto tiveram que suar muito para levar os 3 pontos perante uns Matagringos que, mesmo em inferioridade numérica, se revelaram sempre um osso duro de roer e nunca desistiram de lutar pelo resultado.
por Gonçalo Custódio