Grimo à moda antiga vence Champions 21-22!
Na finalíssima que opôs os últimos dois vencedores da Divisão Allstars, Futah e Grimo protagonizaram um embate épico com o título da prova milionária em disputa. O equilíbrio foi notório e a qualidade das duas formações confirmou-se dentro de campo. Ainda assim, uma organização coletiva superior da formação amarela e o instinto matador de Falcão permitiram ao Grimo levantar a orelhuda!
O Estádio 1º de Maio vestia-se de gala para ser casa da final da Champions entre Futah Beach Towels e FC Grimo. A expetativa era enorme dado que de um lado estava o atual detentor da Divisão Allstars (Futah) que nunca perdera em tempo regulamentar durante toda a temporada; e do outro uma turma que, embora não tendo estado no seu nível habitual esta época, continua a ser uma das mais tituladas da História do torneio e conta com alguns dos craques mais prestigiados. Com todo o panorama considerado, as casas de apostas apontavam para triunfo dos tunisinos – ainda que a diferença (57% de votos a favor) mantivesse no ar a premonição de equilíbrio. Soado o apito inicial do juíz Tiago Abrantes, rolava então a bola e confirmavam-se algumas ideias à partida.
Ambas as equipas iniciaram o jogo com toda a intenção de manter a posse e pressionar alto. O clash de intenções era evidente, obrigando as defesas a iniciar a construção ainda dentro da grande área e os ataques a cingir-se a poucos toques e combinações difíceis. Neste cenário, qualquer erro seria fatal… o que se viria a confirmar à passagem do minuto 10: perda de bola em zona central pela parte da Futah; recuperou António Calça e Pina que, nada egoísta, assistiu prontamente Bernardo Falcão; de pé esquerdo e na cara do keeper, Falcão não perdoou e enviou a bola para o fundo das redes! GOLO do Grimo e 0-1 no marcador! O tento inaugural inspirava os comandados de Zé Mendes e não era preciso esperar muito para mais chances. Primeiro, uma triangulação entre Pina, Henrique Núncio e Falcão deixou o último com boas chances para bisar; porém, João Neto agigantou-se e defendeu! Do outro lado, os tunisinos começavam a carburar e passavam a circundar a grande área amarela. Depois de alguma insistência, conquistaram um canto e as torres roxas subiram no terreno; o cruzamento foi feito do lado direito com o esférico a viajar até ao centro da área; num golpe fulminante, Edson Abreu foi ao segundo anel e cabeceou forte para dentro da baliza! GOLO da Futah! 1-1! A resposta canarinha foi praticamente imediata e só João Neto impediu que a vantagem fosse reposta: primeiro foi Núncio a ser isolado e, na cara do keeper, não conseguir desviar em direção do golo; depois foi Falcão a dominar uma ressaca de canto e, sem deixar cair, aplicar um remate fortíssimo para fantástica estirada de Neto! O intervalo chegava com mais perigo para o Grimo, mas uma formação da Futah muito bem preparada para capitalizar quando fosse oportuno.
O segundo tempo começou com algum ascendente da Futah. Era a melhor fase dos pupilos de Bernardo Reis que tiveram em Francisco Moreira e Gonçalo Fogaça boas ocasiões para a remontada (o primeiro cabeceou em resposta a canto com a bola a passar pouco ao lado; e o segundo, praticamente isolado, viu a dupla João Nunes e Vasco Freire de Andrade fechar-lhe as portas da baliza na hora H). Sentindo a ameaça, o Grimo soube baixar linhas e conter o melhor período do adversário, aguardando pacientemente por uma nova oportunidade. Na primeira que teve desde então, o golo não apareceu por milagre: Rodrigo Branco tirou um defesa da frente com muita classe e, depois de rematar contra o keeper primeiro, viu a sua recarga embater com estrondo na barra! A paciência acabaria por valer ouro pois o segundo golo viria com cerca de 40 minutos jogados: nova recuperação em zona central a soltar o homem da noite – Falcão – que, com João Neto pela frente e muita pressão dos centrais, conseguiu mesmo assim atirar rente ao relvado e a contar! GOLO e 1-2! Era tempo da Futah ir para o ataque com tudo, mas os amarelos pareciam preparados para esse avanço: com mestria, o guardião António Pignatelli viu Pina a esticar no ataque e, sem pedir licença, colocou-lhe uma bola longa absolutamente fenomenal para que este, de cabeça, fizesse o terceiro! GOLAÇO e 1-3! Era a noite do Grimo que, numa exibição a roçar a perfeição, estava de alma e coração para levantar o caneco – o que se comprovava pelas explosões de festejos no banco de suplentes e bancada! Sem mais lances de relevo, a partida caminharia para o final com os herdeiros de Pedro Bonneville a fazer a festa perante os muitos adeptos que se movimentaram em apoio!
Termina assim o ano da melhor forma para o FC Grimo que, com muita qualidade, venceu justamente a Champions. Palavra de honra merece, igualmente, a Futah que, no último encontro, sofreu a primeira e única derrota na temporada – rubricando uma das melhores épocas alguma vez vista no torneio!
por Tiago Sequeira