Final de loucos!
Uma verdadeira montanha-russa no resultado mostra que a festa do futebol acontece quando menos se espera. No final foram os canarinhos a levar a melhor, num jogo de emoções fortes que fica marcado pela reviravolta.
O encontro começou animado, deixando antever o que seria toda a toada da partida. Ainda decorriam poucos minutos, quando Miguel Gonzaelez intercetou o passe de Bonne em zona proibida e serviu de bandeja Manuel André, que na passada não teve dificuldade em fazer o primeiro da noite para os tenistas.
O Grimo reagiu bem ao golo sofrido e não tardou até que restabelecesse o empate, com Vasco Andrade num momento de inspiração a fazer um golo de belo efeito com um disparo de fora da área que levou a direção do ângulo da baliza de Guerreiro.
Pouco depois o ATP voltava à carga, num lance muito contestado pelo Grimo, no qual Morgado apareceu na área solto de marcação a desviar e a acertar em cheio na trave. Os amarelos responderam na mesma moeda, com Falcão a aproveitar a hesitação do guarda-redes para controlar o esférico, antes de com pouco ângulo acertar no poste da baliza tenista.
O jogo estava aberto e com ocasiões de parte a parte, mas seria o ATP a voltar a saltar para a frente do marcador. Num lance de insistência, Manel André voltou a fazer estragos com um disparo forte de ressaca à entrada da área, que só parou no fundo das redes.
Até ao intervalo o Grimo correu atrás do prejuízo, com o duelo Pina vs Guerreiro a assumir-se como o principal destaque, no entanto com o guardião a levar a melhor por diversas vezes e a segurar a vantagem tenista com que chegava o descanso.
Na etapa complementar o ATP surgiu com maior organização e sem permitir situações de perigo ao adversário. A primeira grande ocasião pertenceu mesmo aos tenistas, com Morgado a soltar-se da marcação numa bola parada, mas a cabecear sem direção e ao lado do alvo. Depois foi Gonzalez a dispor de uma enorme oportunidade para ampliar, mas isolado por João Carvalho na direita colocou força em demasia no disparo e atirou por cima. O desperdício permitiu ao Grimo manter-se na discussão da partida e à medida que o tempo passava a turma canarinha foi empurrando o adversário para o seu reduto e criando diversas situações de perigo até que chegou mesmo à igualdade. Foi o capitão Bonne, que depois de ganhar num lance de insistência na área, viu o esférico saltar e rematou forte e muito colocado, longe do alcance de Guerreiro.
O Grimo, obrigado a vencer para não se atrasar na corrida ao título, continuou a carregar e já dentro dos 10 minutos finais viu a sua oportunidade de ouro para agarrar os 3 pontos. Bonne fugiu a alta velocidade num contra-ataque e acabou derrubado por Guerreiro no interior da área, com o juíz da partida a apontar para o castigo máximo e a dar ordem de expulsão ao guarda-redes tenista. O próprio Bonne assumiu a cobrança e não tremeu, fazendo desta forma o 3x2 que soltava a festa canarinha.
No entanto, quando o encontro parecia resolvido, eis que se assistiu a uma ponta final completamente de loucos. O ATP fez das tripas coração e apenas com 7 elementos ainda conseguiu ir atrás do empate, com Sampaio, ao segundo poste, a responder da melhor forma ao cruzamento de Manuel André e a cabecear como mandam as regras, de cima para baixo, para bater Cristóvão! Esforço esse que acabou por se revelar inglório, já que o Grimo respondeu de imediato e Pina, aproveitando uma sobra na área, disferiu o pontapé vitorioso que em cima do apito final valeu mesmo os 3 pontos à turma canarinha!
Crónica por Gonçalo Custódio
por Henrique Zilhão