Empate a duas bolas com golo tardio
O relógio mal tinha começado a correr e o CGP já mostrava que não vinha para passeio. Paulo Gabriel, com aquele instinto felino que só os bons conhecem, abriu o marcador com um toque cheio de intenção — um lance rápido, certeiro, daqueles que parecem nascer do nada e acabam no fundo da rede antes que alguém perceba o que aconteceu.1-0. Um início fulminante, “selado num ponto com a arreta”, que deixava claro: o CGP veio para mandar no jogo.E o mesmo Paulo Gabriel não ficou por aí. Pouco depois, num momento de pura inspiração, recebeu, ajeitou e “fez a golfe mais arrumada para ele” — um remate limpo, preciso, que beijou as redes e silenciou o estádio por um segundo. O CGP estava por cima, com futebol e confiança.Mas os Antes da Cunha não se deixaram abater. Foram crescendo, passo a passo, até que Gonçalo Ferreira apareceu no sítio certo à hora certa. Depois de uma jogada trabalhada, surgiu dentro da área e finalizou com frieza, batendo o guarda-redes sem apelo. Um golo que levantou as bancadas e devolveu a alma à equipa. 1–1 ao intervalo — e tudo em aberto.
Na segunda parte, o jogo ganhou nova vida. O CGP voltou a carregar, e foi Rui Afonso Marcos quem arrancou um verdadeiro grito das gargantas dos adeptos visitantes: de fora da área, soltou um remate que parecia desafiar as leis da física. A bola viajou como um míssil e entrou no ângulo — um golo que valeu o bilhete. 2–1 para o CGP.Mas o espírito dos Antes da Cunha não quebrou. E foi Tomás Moita quem pegou no jogo e o virou do avesso. Num lance de pura classe, arrancou pela esquerda, driblou dois adversários e finalizou com calma, rasteiro, junto ao poste. Um golo de raça e talento, daqueles que fazem acreditar até ao fim.2-2-
O empate em 2–2 manteve-se até ao apito final — justo, intenso, vibrante. Um jogo de altos e baixos, onde brilhou o talento de Paulo Gabriel e Rui Afonso pelo CGP, e a garra de Gonçalo Ferreira e Tomás Moita pelos Antes da Cunha. Noventa minutos de emoção pura, em que o futebol mostrou, mais uma vez, o seu encanto imprevisível.
Por Rodrigo Farran
por Pedro Chantre