Flamentejo resiste à pressão e arranca empate heroico frente aos Fiambres do Oeste
Numa partida recheada de momentos intensos, o Flamentejo protagonizou uma recuperação notável frente aos Fiambres do Oeste, depois de estar a perder por dois golos de diferença. O jogo terminou com um empate a duas bolas, num duelo em que os visitantes foram superiores durante largos períodos, mas a alma e a garra dos da casa acabaram por equilibrar a balança e oferecer um desfecho eletrizante.
Os Fiambres do Oeste entraram melhor e mostraram desde cedo ao que vinham, impondo um ritmo elevado e com grande qualidade na circulação de bola. Foi com naturalidade que a equipa visitante inaugurou o marcador, numa jogada bem trabalhada pelo lado direito. Tiago Sanches galgou metros com autoridade e serviu Daniel Francisco no coração da área. O remate inicial foi travado com qualidade pelo guarda-redes, mas na recarga Tiago Nascimento, com faro de golo apurado, antecipou-se à defesa e encostou com classe para o 1-0. Um início autoritário da formação forasteira, que controlava o ritmo e empurrava o Flamentejo para o seu meio-campo. Apesar do domínio visitante, os da casa mostravam sinais de vida através de António Bettencourt. O avançado pressionou alto, roubou a bola em zona adiantada e tentou surpreender com um remate rápido, mas o guardião dos Fiambres respondeu com segurança. O Flamentejo mostrava vontade, mas quem criava perigo era o adversário. Tomás Cunha, muito ativo pelo flanco esquerdo, puxou para dentro e rematou colocado, obrigando Michael Pereira a uma intervenção difícil, afastando o perigo com os punhos. Ainda assim, a melhor resposta do Flamentejo na primeira parte surgiu dos pés de Daniel Pinto. Num livre direto do lado direito, o médio pegou com força na bola e disparou em direção ao poste mais distante, levando os adeptos a levantar-se das bancadas, foi por muito pouco que o empate não surgiu nesse momento. O intervalo chegava com os Fiambres em vantagem, mas o jogo ainda estava longe de decidido.
A segunda parte começou com a equipa visitante novamente por cima. Logo nos primeiros minutos, os Fiambres quase dilatavam a vantagem numa jogada estudada: Tiago Sanches bateu um canto rasteiro para a entrada da área e Afonso Mendes, com um toque de calcanhar, obrigou o guardião do Flamentejo a uma defesa espantosa junto ao solo. Mas a insistência daria frutos pouco depois. Afonso Mendes, ainda na sua zona defensiva, fez um passe longo milimétrico que encontrou Edward Heal em velocidade. De primeira, e sem deixar cair, o camisola 7 disparou com violência, assinando um golaço e fazendo o 2-0 para os Fiambres, um golo que parecia sentenciar a partida. No entanto, o Flamentejo não estava disposto a desistir. Com o orgulho ferido e o tempo a escassear, a equipa subiu linhas e começou a pressionar alto, mostrando uma atitude completamente renovada. Numa das raras falhas defensivas da equipa visitante, António Bettencourt apareceu solto na pequena área e reduziu para 2-1 com uma finalização precisa, devolvendo esperança à equipa da casa. O jogo ganhava emoção a cada minuto, e o Flamentejo teve nos pés de Daniel Pinto a oportunidade de ouro para empatar. A grande penalidade foi assinalada com justiça, mas o médio não conseguiu converter, David Rodrigues, com nervos de aço, estirou-se para o lado certo e segurou o resultado com uma defesa monumental. Mas o futebol é imprevisível, e o Flamentejo teve ainda uma última palavra a dizer. Num lance vindo das profundezas da defesa, David Coutinho acreditou até ao fim, ultrapassou o seu marcador e cruzou com conta, peso e medida para Diogo Oliveira, que apareceu no momento certo, no lugar certo, para empatar o jogo mesmo em cima do apito final.
Um empate cheio de drama, emoção e momentos de enorme qualidade. Os Fiambres do Oeste foram melhores durante grande parte do encontro, mas pagaram caro a falta de eficácia e a queda de intensidade nos minutos finais. Já o Flamentejo provou que, com crença e coragem, é possível virar um jogo que parecia perdido.
por Rodrigo Nunes