Racing vence Boca com reviravolta histórica
O Boca adiantou-se cedo no marcador e chegou a estar a vencer por 3-0 mas uma segunda parte demolidora do Racing permitiu à equipa dar a volta ao resultado e vencer por 4-3.
Duelo argentino numa noite de chuva e nevoeiro no CIF, com o Boca a mostrar ao que vinha desde o apito inicial. A equipa entrou bem no jogo, aguerrida e com as linhas subidas, criando vários lances de perigo junto da baliza do Racing. Gonçalo Ramos fez a primeira ameaça num disparo cruzado do lado direito do seu ataque e minutos mais tarde inaugurou mesmo o marcador, num remate dentro da área.
O Racing começou a pressionar mais em cima mas o Boca ia sabendo contornar essa pressão, chegando com relativa facilidade à área adversária, sempre com a bola controlada. Após alguns minutos sem lances dignos de nota, o Racing começou a tentar reagir à desvantagem, com Kapa a libertar-se de dois adversários e a disparar para uma grande defesa de Afonso.
O Racing mostrava vontade de chegar ao empate mas uma desatenção de Pinga permitiu a Gonçalo Soares fazer o 2-0 para o Boca, num lance pleno de oportunismo. Do outro lado, Kapa continuava a ser o mais inconformado e surgiu cara a cara com Afonso, mas o guarda-redes do Boca fez a mancha e evitou o pior.
Quando nos encaminhávamos para o final do primeiro tempo, nova falha de comunicação entre Pinga e o seu guarda-redes, com Dinis (estrangeiro) a aproveitar para molhar a sopa e aumentar o placar para 3-0, resultado com que as equipas foram para as cabines.
A segunda parte trouxe um vendaval de chuva e um vendaval de futebol ofensivo do Racing, numa das melhores segundas partes de que há memória neste torneio. Logo a abrir, na sequência de uma desatenção da defensiva do Boca, Kapa aproveitou e reduziu para 3-1. Bola ao centro, o Boca seguiu, o Racing recuperou rapidamente a bola e só não festejou o segundo porque o remate de Mateus embateu no poste da baliza de Afonso.
Estava vivo o jogo nesta fase e mais ficou quando o Racing fez o 3-2. Pinga redimiu-se dos erros na primeira parte e na cobrança de um livre direto fez a rede balançar e deu ainda mais esperança à sua equipa. O Boca era agora uma equipa transfigurada e acusava o nervosismo de ver o adversário marcar dois golos em tão curto espaço de tempo.
O Racing continuou subido no campo e encostou o Boca lá atrás, chegando ao empate pelo inevitável Kapa, numa finalização certeira no coração da área. Desesperava o Boca por ver o adversário recuperar de uma desvantagem de três golos e pior ficou a equipa quando o Racing operou a cambalhota no marcador: boa diagonal de Mateus, com o avançado a servir António (estrangeiro), que encostou com calma para o 4-3.
Agora em vantagem no jogo, o Racing foi controlando as operações, baixou as linhas e entregou a iniciativa de jogo ao Boca, que corria contra o prejuízo. Até ao final, o Boca tentou de tudo para chegar ao empate e, no último suspiro, Coelho teve nos pés essa oportunidade mas o seu disparo foi amarrado pelo guarda-redes do Racing.
Vitória por 4-3 do Racing num grande jogo de futebol, disputado entre duas equipas que deram tudo o que tinham no tanque. O Boca não conseguiu segurar a vantagem confortável que trouxe do intervalo e o Racing operou a reviravolta numa segunda parte fantástica.
por Frederico Seruya